Texto: Sérgio Dias
Fotos: Pixabay
O Brasil se aproxima da casa dos 170 milhões de pets, de acordo com recente estudo apresentado pela Euromonitor International. Essa população é formada basicamente por por cães, com 68 milhões; aves, com 42 milhões; gatos, com 34 milhões; e peixes ornamentais com 22 milhões.
Esses animais de estimação estão distribuídos nos 90 milhões de lares do Brasil, de acordo com estimativa da Abinpet – Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação. Você, que acompanha nossa coluna e faz parte desse enorme universo, sabe que não há nada melhor do que ter um animal de estimação em casa, seja ele um cachorro, ave, gato ou peixe ornamental.
O companheirismo, carinho e atenção dos pets, muitas vezes, ajudam a desestressar e esquecer, nem que seja por um momento, os problemas do dia a dia. E eles estão em toda a parte: nas casas, nos condomínios, são, simplesmente, parte da família.
Entre os fatores de crescimento dessa população estão o menor número de filhos por família, o envelhecimento dos brasileiros e a busca por companhia no isolamento da pandemia de covid-19, que durou pouco mais de três anos entre março de 2020 e maio de 2023.
Com o aumento de animais de estimação, uma alternativa inteligente para quem vive em condomínios é a implantação de espaços pets, que tem crescido e se tornado fator de destaque na hora da escolha de um imóvel.
Trata-se de um espaço específico para a convivência dos pets, sem que os donos precisem sair do condomínio para passear com seus bichinhos. Os locais são estruturados para que o animal possa correr e brincar de maneira segura e confortável, garantindo o seu bem-estar.
Nas unidades condominiais, por exemplo, um levantamento feito pelo uCondo, startup que desenvolve plataformas de gestão para condomínios, mostra que no primeiro semestre de 2023, 69,4% dos animais de estimação registrados nestes locais, no Brasil, são cães. A pesquisa, realizada em mais de 3,5 mil condomínios onde estão cadastrados mais de 23 mil pets, também indica que 27,5% são gatos.
“Os condomínios estão, cada vez mais, buscando adaptação a fim de atender às necessidades dos moradores, sendo que uma das buscas mais recentes envolve dúvida relativa à criação de Espaço Pet”, conta Luciana Graiche, vice-presidente do Grupo Graiche.
“Os novos empreendimentos já estão sendo entregues pelas construtoras com essa área exclusiva para os pets e os condomínios mais antigos estão criando projetos para esses espaços e se adaptando, o que os tornam mais valorizados, acompanhando o mercado brasileiro. A implantação é uma iniciativa que se tornou um diferencial e, muitas vezes, fator decisivo para quem busca um imóvel para aluguel ou compra”, completa.
A criação do Espaço Pet em condomínios mais antigos deve ser debatida junto à coletividade, até mesmo para entender se esse é um anseio daqueles moradores. Sendo, de fato, uma necessidade, é preciso buscar uma empresa especializada para analisar a área comum e desenvolver um projeto seguro.
Graiche pontua que é primordial que haja atenção com relação à localização, até mesmo para que não haja incômodo de barulho a algumas unidades mais próximas; aos tipos de vegetação do ambiente, até porque muitas plantas podem ser tóxicas; tipo de piso, considerando higienização do local e possibilidade de mau cheiro; e investimento total.
É necessário, ainda, deliberar se o ambiente pode ser equipado para que os pets se exercitem, com funcionalidades como circuito de agilidade, por exemplo. Também podem disponibilizar brinquedos, bebedouros, além de lixeiras e saquinhos para a recolhimento dos dejetos.
“Para que o local seja seguro, funcional e regular, obviamente será necessário um investimento a ser rateado por todos. Especialistas como adestrador, veterinário e educador canino podem ser consultados, com o intuito de ajudar a definir a estrutura do espaço. Pode-se fazer, também, cotação de materiais que facilitem a manutenção e limpeza”, ressalta Graiche.
Caso haja aprovação e implementação do espaço, é sugerida a escolha de uma comissão de moradores para criação de normas para utilização da área. As regras devem envolver o uso ou não de guia dentro desse espaço, utilização dos brinquedos, comprovação de vacinação, limpeza do ambiente, penalidades em caso de descumprimento, entre outros.
“A instalação do espaço pet traz uma série de benefícios. Aos animais de estimação, promove o bem-estar e uma vida mais ativa e saudável, com diminuição do estresse e socialização com outros animais. Para os tutores, também permite a interação com os vizinhos e seus bichinhos e traz comodidade e segurança. Ao longo do tempo, serão percebidas vantagens atreladas à iniciativa: a qualidade de vida dos animais, a aproximação dos conviventes, segurança aos condôminos, além do valor agregado ao patrimônio”, finaliza Graiche.
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